Já tinha visto fotografias de ti morto, mas por erro encontrei um vídeo. Só tu numa mesa de madeira, com fotógrafos em cima para te retratar e exibir-te vencido. A minha responsabilidade é grande; não esquecerei a derrota nem os seus preciosos ensinos. No chão de pedra, estendidos, quase esquecidos e pisados, mais lutadores sem vida. Só se é revolucionário quando se está disposto a deixar todas as comodidades , todas. A irrupção da tua imagem com os olhos abertos sem ficar acesos, a tua pele amarela, rígida, gelada, o teu corpo com as marcas das balas que te deram morte. Teríamos de deixar de chorar e começar a lutar. Não te conheci, ou sim? Oito anos depois da tua morte nasci, sem ti/contigo, com a tua imagem prostituída, quase vazia, quase. Pelo eco ouvia o teu nome nas crostas que temos de cidade, a tua sedução ficava numa lembrança. A realidade sem ornamentos, sem medos e sem vergonhas . Tentei tocar-te, grande ou pequeno sempre, tentei. Mas ainda acredito na minha f...
Confabulaciones mentales del cotidiano